A única espécie que pergunta por quê
é justamente a que não deveria ter perguntado.

Velhas perguntas, novas urgências—
IA generativa com edição genética,
Inteligências sem consciência?
Nanotecnobiologia sem ego?
Um caminho realmente inevitável?

Estamos enfrentando realidades adversas
e ainda nem temos
vocabulários para descrevê-las.
Mas, em breve tudo será de alguma
ou qualquer forma explicável...

Verdades ou só ironia cósmica?
Mitos de progresso, testes de QI,
Déjà vu em meio aos telejornais
Quem captará?
E os que não captaram?

Verdades editadas
São reais, porque não?
A escassez e insensibilidade em excesso,
e a sorridente tirania do otimismo
que não questiona o que se esconde
por trás da invisibilidade social.

Será que a democracia é compatível
com a era do microdirecionamento psicológico?
Pois, nem tudo que é programado é controlável
Mas, coisas e ideias que não existiam hoje são reais
E outras por mais que queiram já nem existem mais...

Como perdoar e se perdoar,
crescer e recomeçar
em um mundo de registros eternos?
Quem é que te nega
o direito ao esquecimento?
Será que algo já lhe foi negado!

Quantos de nós podemos brincar ilesos
com Deus em escala atômica?
Modificando, destruindo estruturas
com precisão sem precedentes—
de forma irreversível,
mas extremamente ambicionada!

Quanto mais fundo mergulhamos
no controle da matéria viva,
mais nos aproximamos do divino—
ou de um sonho ou pesadelo evolutivo?

A quantos passos estamos
da bio-singularidade incontrolável?
De formas que existem
E já não existem mais...